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As consequências da falta de tratamento dos efluentes líquidos

Quando pensamos em efluentes líquidos devemos ter em mente todo resíduo capaz de contaminar a água e que são provenientes, principalmente, de indústrias, lixões, redes de esgoto sanitário e atividades agrícolas. O despejo dessas substâncias diretamente na natureza, sem um devido tratamento, pode gerar sérios danos ao ecossistema dos corpos hídricos e, consequentemente, à nossa saúde.

O tratamento desses efluentes, sobretudo o tratamento do esgoto doméstico, impacta diretamente na saúde das pessoas, visto que a água contaminada pode provocar doenças como cólera, amebíase, disenteria, hepatite A e muitas outras. Portanto, investir em saneamento básico é investir na qualidade de vida da população e também economizar na saúde. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada real investido em saneamento básico gera-se uma economia de até quatro reais na saúde. Além disso, os reflexos do tratamento do esgoto podem ser observados também em outras áreas importantes para o desenvolvimento de uma nação, como no setor de construção civil gerando emprego e renda. 

Entretanto, perante toda essa análise sobre os benefícios de se investir em saneamento básico, cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta de esgoto nas suas residências, dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) em 2019. Esse número representa quase a metade da população brasileira atualmente, o que deixa esse cenário ainda mais surpreendente. Diante dessa realidade, a universalização dos serviços de água e esgoto é um assunto que necessita total atenção e urgência.

No dia 24 de Junho de 2020, o Senado aprovou um projeto de lei (PL 4162/2019) intitulado o novo marco legal do saneamento. A proposta tem como objetivos promover a coleta de esgoto e fornecer água potável para mais de 90% da população brasileira até o final de 2033. Além disso, essa lei aumenta a concorrência entre as empresas que prestam serviços a esse setor, dando uma maior abertura às empresas privadas, que atendem  6% das cidades atualmente. O projeto também estende os prazos para o fim dos lixões a céu aberto. Há controvérsias sobre o assunto, mas é incontestável a importância de se colocar em pauta um tema de tamanha relevância para a sociedade.

Analisando as consequências do tratamento de efluentes para o meio ambiente, é nítido perceber que a poluição nos corpos hídricos é um dos maiores problemas ambientais do Brasil, ao lado dos lixões a céu aberto, poluição atmosférica e desmatamento. Dados do Instituto Trata Brasil mostraram que, em 2017 o Brasil lançou aproximadamente 5.622 piscinas olímpicas de esgoto não tratado na natureza. Esse esgoto doméstico, quando lançado diretamente em rios, lagos ou córregos, provoca um fenômeno conhecido como eutrofização. Uma grande quantidade do oxigênio presente na água é consumida devido à proliferação de algas aeróbicas e isso ocasiona a morte de muitos peixes.

Com isso, podemos concluir que o não tratamento dos efluentes líquidos trazem malefícios tanto para o meio ambiente quanto para a qualidade de vida da população. Pequenas ações podem mudar os rumos da nossa sociedade e contribuir com a redução dos impactos ambientais é papel fundamental de cada cidadão.

Por Andressa Camargo.

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