Eventos Extremos
Ondas de calor, secas, chuvas intensas, entre outros fenômenos, são apenas algumas das consequências que o aumento da temperatura global ocasiona. Mas já se perguntaram o porquê disso estar acontecendo com tanta frequência? Será que o fim do mundo está próximo? Bem, não exatamente. Um evento extremo ou, como é popularmente conhecido, “desastre natural” são fenômenos que ocorrem numa escala fora dos níveis considerados normais, afetando, dessa forma, diretamente o funcionamento de uma comunidade, além dos ecossistemas agrícolas e naturais. Eles têm origem hidrológica (inundações, alagamentos, enchentes, deslizamentos); geológicos ou geofísicos; meteorológicos (raios, ciclones, tornados e vendavais) e climatológicos (estiagem e seca, queimadas e incêndios florestais, chuvas de granizo, geadas e ondas de frio e de calor).
Recentemente, pudemos observar a Índia registrar março como o mês mais quente em 122 anos e o Paquistão o mais quente da história. As temperaturas, que beiravam os 50 ºC nesses países, levaram a constantes quedas de energia e de fornecimento de água para 1,4 bilhão de pessoas. No Brasil, as marcas dos fenômenos extremos são cada vez mais frequentes no ano de 2022, como a chuva que desabou no Nordeste, deixando 128 mortos em Pernambuco e 30 na Bahia. Bem como os temporais que arrastaram casas inteiras erguidas nas encostas de Petrópolis, deixando 223 mortos.
De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), o desmatamento e queima de combustíveis fósseis já aqueceram o planeta em 1,2 ºC. Se essas emissões não cessarem, em 2030, essa marca chegará a 1,5 ºC e esse feito pode levar à submersão de grandes cidades devido ao aumento do nível dos oceanos. O projeto Picturing Our Future de revista Environmental Research Letters (disponível na BBC News Brasil), com base nos cálculos feitos pelo IPCC, identificou e projetou as regiões do mundo que podem sofrer inundações “sem precedentes”, a fim de mostrar a urgência na tomada de políticas para combater as mudanças climáticas.
Huum, porém, talvez você esteja se perguntando: o que esses eventos naturais têm a ver conosco? Nossas ações têm impacto direto no ambiente ao qual pertencemos, por isso a escolha por hábitos mais sustentáveis é fundamental para nossa sobrevivência. Parece exagerado, mas ao pensar a longo prazo, torna-se bastante sensato. Uma vez que as ações antrópicas são catalisadoras dos efeitos do aquecimento global que é o principal fator que torna os eventos extremos mais prováveis, intensos, duradouros ou maiores em escala do que seriam sem ele.
Bibliografia:
SOBE para 27 o nº de mortos por causa das chuvas na BA. G1,2022. Disponível em: g1.globo.com. Acesso em 3 de set. de 2022.
BIERNATH, André; COSTA, Camilla. IMAGENS revelam como aumento do nível do mar pode mudar cidades no Brasil e no mundo. G1, 2021. Disponível em: g1.globo.com . Acesso em 3 de set. de 2022.
GABRIEL,Thiago. VAMOS falar sobre aquecimento global?. GREENPEACE,2018. Disponível em: Greenpeace.org. Acesso em 3 de set. de 2022.
HEALTH impacts and ways to minimize disaster damage. FIOCRUZ. Disponível em: Fiocruz. Acesso em 3 de set. de 2022.
SIQUEIRA R. Manuela. EVENTOS extremos de julho de 2022 no Brasil. Instituto Nacional de Meteorologia, 2022. Disponível em: INMET. Acesso em 3 de set. de 2022.
NEVES Rafael; SOBRINHO Preite Wanderley. EVENTOS extremos provocam chuvas recordes e centenas de mortos no Brasil. UOL Brasil, 2022. Disponível em : UOL Notícias. Acesso em 3 de set. de 2022.
EXTREME Weather. Climate Hubs U.S. Department of Agriculture. Disponível em: USDA. Acesso em 3 de set. de 2022.
Ana Beatriz Almeida de Souza
