A falta de saneamento básico tem sido um problema crescente, principalmente nos países mais pobres, e o Brasil acaba retratando parte dessa terrível realidade, na qual, de acordo com a ONU, cerca de 15 mil pessoas morrem e 350 mil são internadas todos os anos devido a doenças diretamente ligadas à falta de saneamento. Isso tem se agravado, principalmente, devido à falta de comprometimento de órgãos públicos, resultando em doenças e no alimento da desigualdade social.
Primariamente, vale ressaltar que o desleixo de certos orgãos governamentais é algo constante na realidade brasileira e é uma das principais causas para essa precariedade sanitária. Nesse sentido, de acordo com dados do Instituto Trata Brasil, o número de pessoas com acesso a coleta de esgoto não chega a 60% da população do país, e desses, um pouco mais de 10% não têm seu esgoto tratado. Além disso, 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada, mesmo após o Marco Legal do Saneamento, sancionado na Lei 14.026 de 2020, quando os investimentos no setor atingiram R$13,7 bilhões, mostrando assim uma ineficiência, por parte das instituições públicas para com a população.
Dessa forma, é possível enxergar tamanho o problema que sofre parte da população brasileira, que lida diariamente com as consequências de um saneamento básico ineficiente, vivenciando doenças que poderiam ser evitadas, e que muitas das vezes podem levar à morte por contaminação. Fato esse, que é reafirmado por pesquisas como a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na qual foi averiguado que a falta de saneamento mata cerca de 11 mil pessoas por ano no Brasil.
Bem como a desigualdade, que é cada vez mais ampliada, tendo em vista que pessoas que não possuem o mínimo de saneamento básico são as mais pobres, que continuam se tornando cada vez mais pobres devido às condições desumanas de vida. Com isso, essa parcela da população, por levar uma vida à margem da sociedade, tem que tentar lidar com os problemas de saúde sem ter as condições financeiras adequadas. E, com isso, ocasionando impactos, como a degradação do meio ambiente, já que tais pessoas não possuem a instrução adequada e acabam aumentando ainda mais a degradação e a poluição do meio em que vivem.
Posto isso, é possível chegar à conclusão de que a população mais pobre segue sofrendo cada vez mais por fatores que estão fora de seu controle, gerando assim diversos impactos negativos tanto na sociedade quanto no meio ambiente.
Guilherme Oliveira.