Mas afinal, o que é biodiversidade?
Biodiversidade é uma palavra que está em alta nos últimos anos. Afinal, a preocupação com o meio ambiente vem crescendo cada vez mais e vivemos num país megadiverso. Mas o que é biodiversidade? A palavra é a contração de ‘diversidade biológica’ e é mais complexa e rica do que parece. Segundo o Dicionário Aurélio é “a existência de uma grande variedade de espécies animais, vegetais e de microrganismos em determinado habitat natural”. Logo estamos falando de diversidade de organismo, mas o termo não se restringe a isso! A biodiversidade também é entendida como a variedade existente entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais eles ocorrem. Assim o termo se refere à variedade de vida, mas também variedade genética dentro de uma mesma espécie e de ecossistemas que elas compõem. Portanto, o termo passa por diferentes níveis, podendo também ser entendido como diversidade de genes, espécies e ecossistemas de uma região.
Mas afinal, por que ela é tão importante? Nós dependemos direta ou indiretamente da biodiversidade. Existem relações e interpendências entre os organismos existentes em nosso planeta. Assim a sua preservação é importante para o bom funcionamento dos ecossistemas. Além disso, a biodiversidade tem um importante valor social, cultural e econômico. Ela é a fonte primária de recursos que utilizamos como alimentos, fibras para tecidos, medicamentos, etc. Além de ser fonte de potenciais descobertas de cura de doenças e novas substancias para uso farmacêutico e industrial. Ela nos beneficia, até mesmo, através de áreas de lazer e do ecoturismo. Como se não bastasse, ela nos oferece uma gama muito ampla de “serviços ecológicos”, como: purificação do ar e da água, moderação do clima, controle de inundações, secas e outros desastres ambientais, além do suporte de produção através de fertilizantes naturais, polinizadores e decompositores. Portanto, ela é à base da saúde do nosso planeta e dos nossos meios de subsistência. Sua redução significa que alimentos serão mais vulneráveis a pragas e a oferta de água doce comprometida, por exemplo.
Apesar da importância, nossa biodiversidade está em risco! Pesquisadores estimam que só uma fatia muito fina da diversidade de espécies tenha sido descrita. Assim, se não a conhecemos bem, não podemos saber exatamente o quanto estamos perdendo. Os cientistas sabem que em toda a história do planeta houve cinco grandes ondas de extinção e acreditam que, atualmente, vivemos a sexta. Nesta, somos nós os responsáveis, uma única espécie dentre tantas outras. As estimativas é que a perda acelerada de espécies que presenciamos hoje está entre 1.000 e 10.000 vezes acima da taxa de extinção natural. As principais causas de extinção são a perda e fragmentação de habitat, espécies invasoras, sobre-exploração (casa, pesca excessiva etc) e a poluição. Apesar de alguns habitats não serem completamente destruídos pelo desmatamento, seus fragmentados isoladas dificultam o fluxo gênico resultando em endogamia e perda de diversidade genética.
No Brasil um dos instrumentos para auxiliar a conservação é o Cadastro Ambiental Rural. Este é um cadastro eletrônico instituído pela Lei 12.651/2012, referente ao “Novo Código Florestal”. Ele tem como objetivo identificar e integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais referentes a: Áreas de Preservação Permanente (área protegida com a função de preservar os recursos hídricos, a estabilidade geológica, biodiversidade e seu fluxo gênico), de Uso Restrito, de Reserva Legal (área com vegetação protegida que auxilia a reabilitação dos processos ecológicos e promove a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo da fauna e flora), de Remanescentes de Florestas e das Áreas Consolidadas. E, com essas informações, compor uma base de dados para controle, monitoramento, combate ao desmatamento, planejamento ambiental e econômico. Além de ser obrigatório e auxiliar proprietários de terra a proteger os recursos naturais, o CAR trás benefícios como:
– Obtenção de crédito agrícola com taxas de juros menores;
– Contratação do seguro agrícola em condições melhores que as praticadas no mercado;
– Isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos utilizados para os processos de recuperação e manutenção das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de Uso Restrito.