Novos líderes do meio ambiente
Graças a toda evolução da comunicação, hoje o mundo está cada vez mais conectado. Tem sido através da tecnologia da comunicação que muitos movimentos de resistência têm surgido, não somente pelo alcance, mas também pela informação que chega cada vez mais cedo para os jovens no mundo inteiro. Assim, atualmente vemos líderes de movimentos cada vez mais jovens e nos impressiona a postura e a bagagem de informação que eles possuem. Nas lutas ambientais não é diferente é nesses movimentos que vem surgindo as personalidades mais influentes das últimas décadas.
No dia 20 de Agosto de 2018, a jovem sueca Greta Thunberg, então com 15 anos, cometeu um ato de “rebeldia”. A jovem faltou à escola para fazer um protesto solitário: ela passou aquele dia sentada em frente ao parlamento sueco, só ela e seu cartaz que nele estava escrito “greve de escola pelo clima”. Em seu protesto foi levantado os seguintes questionamentos entre os admiradores, principalmente os jovens de sua idade:
– “Para que ir à escola se não terei futuro?”
– “Por que se preocupar em aprender qualquer coisa se os políticos escolhem ignorar os fatos científicos?”
A ação de greta lhe rendeu um alcance mundial pelas redes sociais, dando engajamento e coragem para mais posicionamentos pela causa. Além disso, serviu de incentivo para o surgimento do movimento FFF (Fridays for Future ou Sextas pelo Futuro), em que jovens do mundo todo faltam às escolas às sextas feiras para participarem de manifestações em pró do meio ambiente.
O movimento já chegou ao Brasil e tem feito com que muitos jovens, principalmente universitários, se mobilizem para exigir a proteção dos biomas brasileiros. Umas das líderes do movimento FFF Brasil, a estudante de Ciências Biológicas da UFRJ Nayara Almeida, 21 anos, em uma entrevista para uma matéria da revista Galileu em 2019 ressaltou: “…é algo muito bonito e forte conseguir juntar jovens de vários estados diferentes lutando pela mesma causa”.
Um dos aspectos mais inspiradores da ação de Greta foi o de encorajar e dar empoderamento para jovens no mundo todo, estimulando-os a exigir a ação climática. Ressaltando o protagonismo de personalidades femininas, além de Greta, surgiram líderes como Leah Namugerwa, de Uganda. Ela tem como foco pressionar o governo a banir as sacolas plásticas em seu país e luta pelo fim do desmatamento no continente africano e pela adoção de modelos de desenvolvimento sustentável. Em sua fala, Leah expõe o conflito que as futuras gerações têm com a anterior: “Adultos criticam a mim e as minhas companheiras crianças quando lutamos pelo nosso futuro, mas não estou contente com a forma como as gerações mais velhas lidam com as questões climáticas”.
Muitos especialistas afirmam que a força dessas lideranças traz boas expectativas para a salvação do planeta e reforçam que mais jovens devem se unir ao movimento no Brasil. Para o Cacique Mapu, da etnia Huni Kuin “Eles conseguiram se conectar com a Mãe Terra, sentir e ouvir seu clamor, por isso começam a se levantar, dão continuidade à luta de nossos antepassados, nossos avós, os caciques mais antigos que sempre lutaram para gente existir para a floresta existir”. Precisamos fazer a diferença.
Como podemos apoiar essa luta?
Algumas dicas para conhecer os movimentos em defesa do meio ambiente e se juntar a essa luta que é de todos nós:
– Informe-se, leia, assista a documentários e entrevistas com especialistas. Procure sempre por fontes confiáveis e reconhecidas.
– Converse sobre o assunto, vamos trazê-lo para nossas rodas de conversa para que mais pessoas se juntem a causa.
– Entenda a realidade do local que você vive e estude formas que você pode recorrer para melhorá-la.
– Faça o que estiver no seu alcance, por mais pequena que pareça sua ação, faça.
– Conecte-se com grupos e páginas de redes sociais.
– Pressione o estado, participe de eventos e debates em sua cidade, questione os políticos, estude as propostas e os projetos e os acompanhe após as eleições.
Matheus Souza
Influência: Revista GALILEU – ED. 339 – outubro de 2019