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O potencial e os riscos dos organismos geneticamente modificados para a sociedade

Os organismos geneticamente modificados (OGM’s) e os transgênicos constituem uma grande porção do nosso consumo, apesar de muitos não saberem disso. Certas marcas de óleo de soja e até mesmo alguns biscoitos possuem ingredientes advindos de transgênicos em sua produção. Entretanto, para compreendermos melhor seus impactos ao meio ambiente e à nossa saúde, precisamos entender o que são OGM’s. Os OGM’s são, como o próprio nome implica, organismos que sofreram modificações em sua estrutura genética, de modo que herdaram características específicas originadas de um outro espécime. Estas modificações são possíveis graças à tecnologia de DNA recombinante, onde enzimas são utilizadas como “tesouras moleculares” (à grosso modo), de forma que um DNA de um organismo que apresente a característica desejada pode ser implementado na estrutura genética de outro ser. Muitas vezes os OGM’s são apelidados também de transgênicos, mas é importante ressaltar que nem todo OGM é um transgênico. Um transgênico é o caso mais comum, onde um OGM cujas características foram “emprestadas” de um organismo de outra espécie, enquanto um cisgênico é um organismo cujas características foram adquiridas de um indivíduo da mesma espécie. Os transgênicos são muito presentes no mercado hoje em dia. De acordo com uma reportagem escrita por Anay Cury publicada em 2016 no site G1, cerca de 96% da soja produzida no Brasil é transgênica, ou seja, quase todos os alimentos que consumimos derivados da soja são provenientes de transgênicos. Embora muitos não saibam, os alimentos transgênicos são obrigados, por lei, a explicitarem isso em suas embalagens. De acordo com o Decreto n° 4.680 de 24/04/2003, todos os alimentos produzidos a partir de ingredientes provenientes de transgênicos com presença acima do limite de 1% do produto devem ter, em suas embalagens, a rotulagem adequada. Esta rotulagem pode ser apresentada das seguintes maneiras: “(nome do produto) transgênico”; “Contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)”; “Produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico”. Além disso, a Portaria n°. 2658 de 22/12/2003 define que um dos seguintes símbolos deve estar presente na embalagem: Os transgênicos estão sendo cada vez mais utilizados no mercado agrícola brasileiro, pois estas modificações genéticas nos cultivos acarretam em vantagens para a produção dos alimentos e também para nós como consumidores. A transgenia muitas vezes traz um aumento à produtividade dos cultivos e uma melhoria da resistência dos mesmos à pragas e doenças, o que por sua vez diminui a necessidade do uso de agrotóxicos e outros produtos químicos e biológicos e também os custos de preparação e produção destes cultivos. Entretanto, é importante afirmar que os transgênicos são uma tecnologia extremamente recente. Portanto, não se sabe muito sobre seus riscos para a saúde ainda. Especialistas e acadêmicos estudam e especulam que alguns dos possíveis riscos que podem causar são alergias e até mesmo resistência à antibióticos. Para o meio ambiente, por sua vez, cabe destacar que a utilização de transgênicos com falta de cuidado pode acarretar na perda de biodiversidade, visto que as características genéticas modificadas serão repassadas pelas gerações e, portanto, com uma falta de avaliação e fiscalização apropriada, podem ser extremamente danosos à integridade do ecossistema e da natureza. Por fim, a utilização de organismos geneticamente modificados no mercado agrícola já constitui uma grande porção dos produtos que consumimos e traz vantagens substanciais para o rendimento, preço e até mesmo eficiência nutricional dos cultivos, mas também arrisca a biodiversidade e integridade da natureza, além de implicar em possíveis riscos à nossa saúde que, no momento, desconhecemos. Felizmente, os produtos constituídos por transgênicos sempre apresentam em suas embalagens a rotulagem adequada e cabe a nós como consumidores julgarmos se utilizaremos ou não destes produtos. Danilo Cobra
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