Restauração florestal
A restauração florestal pode ser definida de diversas maneiras, gosto de defini-la como: “a arte de restabelecer o equilíbrio ecológico em ambientes que foram degradados, oferecendo a oportunidade para espécies vegetais e animais se restabelecerem no local e também promover o aumento dos recursos hídricos”. Segundo Aurélio Padovezi, Gerente do Programa de Florestas e Água da WRI Brasil, reflorestar é algo muito simples, pois parte da observação dos próprios padrões naturais. Ou seja, entendemos a dinâmica daquela área, as espécies animais e vegetais que ali existem e a partir desse ponto imitamos esses padrões.
Faz-se importante prestar atenção ao detalhe que restauração florestal e reflorestamento nem sempre são sinônimos. O reflorestamento pode ser feito apenas plantando espécies de interesse econômico, como o eucalipto, por exemplo. Visando ter matéria prima para a indústria da celulose de forma “sustentável”, sem levar em conta a recuperação da qualidade ambiental.
Restaurar vai muito além de plantar mudas em uma área desmatada, é preciso ter uma série de cuidados antes e depois do plantio, propriamente dito, para que o projeto se concretize de forma satisfatória. Antes de se começar um projeto de restauração é necessário conhecer a amplitude da área e também a finalidade. Se é a título de recuperar uma Área de Preservação Permanente, restabelecer a Reserva Legal de propriedades rurais ou se é um trabalho voltado à recuperação de uma bacia hidrográfica, por exemplo.
Um segundo passo seria fazer um estudo da área, observando o tipo de solo, topografia, o clima do local, mensurando a vegetação remanescente, além de avaliar a possibilidade de regeneração natural daquela área. Um método mais lento, porém, bem mais barato do que fazer o replantio da floresta.
Alguns critérios são levados em conta na hora de estudar quais são as melhores espécies para compor o projeto, por exemplo: as nativas que já existam na região, ou até mesmo aumentar a diversidade com mais espécies que sejam capazes de se adaptar ao solo e clima da área. Pode-se pensar também em espécies frutíferas, que sejam atrativas para a fauna. Sempre dosando espécies pioneiras (de alto crescimento) com espécies de crescimento mais lento.
Para a produção de mudas, faz-se necessário a escolha das matrizes, indivíduos dos quais vão ser recolhidas as sementes, tentando sempre escolher os exemplares mais robustos e saudáveis. Essas sementes são colhidas e separadas de impurezas, para que após esse passo sejam cultivadas em ambientes como viveiros.
Antes que o plantio das mudas aconteça é crucial fazer a limpeza do terreno, livrar a área de organismos que possam causar prejuízo às mudas, como as formigas cortadeiras, efetuar correções no solo de calagem e adubação, para que assim as mudas possam ser plantadas. Após isso, se realiza o acompanhamento da área, garantindo que a vegetação se estabeleça de forma satisfatória.
Embora algumas pessoas olhem para uma paisagem verde e só enxerguem “mato”, ter áreas verdes é de extrema importância para que a nossa e as próximas gerações tenham como viver de forma plena e saudável. Uma floresta em pé exibe diversas vantagens, como: manter e até mesmo aumentar o volume dos recursos hídricos, diminuir a temperatura do ambiente, auxiliar na manutenção do regime de chuvas. Além de realizar o sequestro de carbono da atmosfera, devolvendo em troca ar puro e trazendo um imenso bem-estar para os momentos de lazer.
A restauração florestal pode ser vista como uma cultura a ser desenvolvida por meio da educação ambiental. Ensinando a cada cidadão a importância de ter florestas saudáveis, para garantir uma melhor qualidade de vida para eles mesmos e para aqueles que ainda estão por vir. E você, já plantou uma árvore?
Por Bruna Silva.